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Pescar a Magia


Olhando para trás na minha vida, hoje com meus parcos 40 anos, percebo que, se teve uma escolha nítida que a minha alma fez desde cedo, é a de ter alguma história pra contar.

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No entanto, as de réveillon não são nem de longe o meu forte. Talvez porque se trate de uma data muito óbvia, já atrelada a fortes expectativas, o que fatalmente bloqueia a nossa receptividade ao Tao. Os fatos mais marcantes da minha vida aconteceram nas entrelinhas do improviso – incluindo meus 3 filhos... rsrs

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Mas lembro como se fosse ontem daquele mágico 1o de janeiro de 2001, réveillon em Copacabana. Os fogos tinham acabado de morrer, andávamos eu e mais quatro amigos já um tanto animados pelo álcool e, eis que, no meio de uma forte chuva, bem debaixo de um semáforo da lotada Avenida Atlântica, sem carros, uma linda menina cruzou comigo na faixa de pedestre. Um charme, olhos caramelados e longos cabelos castanhos, musa de réveillon. Olho no olho, torcíamos o pescoço enquanto avançávamos, para não perder o contato visual, até que tivemos que andar literalmente de costas para sustentar o “approach”. Parei, corri até ela e fui ganhar meu beijo.

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No fundo nada demais. É mais uma história de um beijo, o que tem aos montes em qualquer réveillon ou carnaval por aí...

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Nada demais para um homem de 40, ou de 30. Mas para um garoto de 19 anos, aquilo foi o céu.

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Que eu me lembre, sempre que um garoto dessa idade sai com os amigos à noite, especialmente em grandes datas, tudo o que ele quer é “se dar bem”, faturar pelo menos um beijo, um telefone, uma aventura para contar aos amigos, mesmo que seja uma desventura, desde que empolgante...

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Mas quais são as histórias que ficam, de fato, em nossas vidas? Será que o critério é baseado no que OS OUTROS considerariam marcante? Seria um critério mais objetivo que subjetivo?

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Claro que não. Tomando o meu caso como exemplo, é óbvio que um beijo fortuito de um minuto num réveillon, aos 19 anos, não chegou nem perto dos beijos mais consistentes e frutíferos da minha vida. Mas há muitos desses que eu mal recordo, ou sequer recordo – enquanto aquele de um minuto, debaixo da chuva, no réveillon em Copacabana, está ali intacto. Porque embora muitos outros beijos na estrada tivessem mais qualidade, nem todos tinham MAGIA. Aquele beijo não era mágico como o da minha atual esposa, nem sequer consta na minha lista beijos mágicos top 10 ..rsrsrs (🤦‍aff.. ️"prossegue Tiger"!) Mas foi mais mágico do que muitos encontros e até alguns relacionamentos.

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Eu acho que o que faz a gente lembrar mesmo é a magia -- a beleza, a intensidade. E essa beleza e intensidade são registradas pela nossa forma de enxergar, pelo valor que damos ao fato, ao momento, aos sincronismos da história.

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O que fica marcado vem do quanto aquilo nos surpreendeu, seja como for. Vem do quanto aquilo nos pareceu insólito, do quanto nos abrimos para receber aquela magia, do quanto estávamos SENSÍVEIS AO PRESENTE, à singularidade do momento. É o que nos faz, inclusive, transformar o próprio momento, quando a brecha existe: fazer magia é antes de mais nada PERCEBER a magia. Isso é vida, harmonia, plenitude. Isso é Tao.

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Então desejo a você GRANDEZA em 2022. A grandeza de pescar a magia; de viver o PRESENTE, não deixar mais que ele fuja. E nesse pacote, já de partida – você já sabe – estão incluídos paz, saúde, harmonia, luz, prosperidade, amor e família. Eu sei... Você já deve estar “careca” de ler isso. E é por isso mesmo que talvez precise ler de novo.

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Sérgio Lant-Tiger

Coach Estratégico Taoísta

Psicoterapeuta Integrativo

Consultor de I Ching

@otaoessencial

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